Forum IBTeC de Inovação 2016 apresentou novas ideias

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Realizado em segunda edição, o Forum IBTeC de Inovação 2016 foi também a atividade de encerramento da Semana do Calçado, evento realizado pelo IBTeC em parceria com Sebrae, Abicalçados, Abrameq  e Assintecal. Com 140 inscritos, o Forum reuniu lideranças do setor coureiro-calçadista, empresários, profissionais que atuam nas empresas, e estudantes, para ouvir três palestrantes, sobre a importância da inovação para o desenvolvimento das empresas e do país. O consultor de inovação Maximiliano Carlomagno, sócio fundador da Innoscience Consultoria em Gestão da Inovação, abriu a noite, falando sobre “Gestão estratégica da inovação: mitos, métodos e melhores práticas”.

O palestrante começou a conversa falando da velocidade com que as mudanças tecnológicas acontecem hoje, lembrando que no passado as empresas líderes mantinham o posto por uma média de 60 anos. Hoje, uma empresa consegue se manter líder por no máximo 10 anos. Carlomagno lembra que “nunca foi tão difícil se manter no topo da liderança, porque hoje, para se manter no mercado, uma empresa precisa não apenas acompanhar as tendências; ela tem que antecipar as tendências, para garantir a permanência no mercado”.

Por que as empresas estabelecidas têm dificuldade de inovar? Porque para fazer algo novo, precisa-se de tempo dedicado. E a necessidade de manter o funcionamento do dia a dia acaba impedindo as empresas de dedicar tempo para pensar no novo.

E o que é inovação? - questiona o palestrante. “É transformar novas ideias em resultados”. Ele lembra que “inovação é melhoria; não é adequação”, fazendo uma alusão às confusões que pessoas e empresas fazem a respeito do tema. E lembra ainda que inovação não é necessariamente criatividade, e nem se limita ao produto – cita o exemplo da Ford, que teve como grande inovação reconhecida pelo mundo a criação das linhas de montagem, e não os carros em si.

Com experiência de mais de quinze anos na atividade, Carlomagno atua junto a empresas dos mais diferentes segmentos. O trabalho da consultoria é auxiliar estas empresas a buscar inovação de forma sistematizada. Este é o primeiro grande obstáculo a ser transposto pelas empresas, segundo o consultor – ele lembra que os gestores precisam saber que a inovação precisa de gerenciamento e de sistematização para que aconteça. “Inovação demanda processo”, salienta o palestrante.

Ele lembra que “o grande desafio para as empresas hoje é como ser eficiente no seu dia a dia, dando conta da produção, das contas, das vendas, das entregas, e ao mesmo tempo ter um espaço fértil para a inovação”. E o grande risco, segundo o palestrante é que as empresas se perderem no hoje e não encontrar tempo para pensar o amanhã. Hoje, lembra Carlogmano, este é um erro que seguramente será fatal para qualquer empresa.

E o processo de inovação também não é barato, porque exige dedicação e consequentemente tempo. Além disto, é preciso ter recursos para testar as inovações criadas, antes de colocá-las no mercado. O teste vai mostrar se a inovação está acertada ou não. E ele lembrou ainda que em 95% dos casos as inovações que sãop colocadas no mercado passaram por três transformações até chegarem na versão final, o que demanda custos.

Na segunda palestra da noite, a professora da Fundação Getulio Vargas, Andrea Paiva, falou sobre “Neurobusiness e inovação”. Ela mostrou as descobertas da Neurociência sobre o funcionamento do cérebro humano, a partir de avanços tecnológicos que permitem observar o funcionamento do cérebro através de imagens em tempo real. Com isto, foi possível mapear como cada região do nosso cérebro reage a diferentes necessidades e estímulos.

De posse destas informações, as pessoas podem trabalhar suas capacidades, e reunir diferentes tipos de pessoas, que se complementam pela forma de trablhar, para formar times completos. Além de usar as técnicas para formar equipes, o sistema permite que cada pessoa possa se aprimorar a partir da meta de melhorar seus pontos fracos, melhorando o desempenho como lideres, por exemplo.

Uma das descobertas com estes estudos é de que o cérebro humano obedece a padrões que são definidos a partir de suas vivências. Estes padrões são obstáculos para a criação e a inovação, por exemplo. Como quebrar estes padrões? Submetendo os grupos a atividades que levem ao desenvolvimento de tarefas diferentes, que exijam novas posturas diante da necessidade de solucionar um problema, em busca de alternativas que estejam fora de suas rotinas. A palestrante afirma que “o processo instintivo de sobrevivência, que usamos para o dia a di,  pode atrapalhar nosso processo de criação, interferindo sobre a capacidade das empresas de apresentar inovações. Ela defende que “para inovar, as pessoas precisam quebrar barreiras imaginárias, que impedem o grupo de criar”.

Para finalizar o secretário Nacional de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Álvaro Prata, falou sobre “Estratégias do governo federal de incentivo à inovação”. Na palestra, ele fará um relato sobre as políticas de apoio à inovação no país. Álvaro Prata é também professor titular do Departamento de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina.

​         O secretário abriu sua palestra afirmando que “quando falamos em inovação no campo tecnológico, nós não estamos bem” Ele salienta que a falta de investimentos no desenvolvimento tecnológico, fruto de uma cultura nacional, “começa a se refletir, e se tornou um grande de desafio – como ser um pais mais inovador, do ponto de vista tecnológico”. O secretário mostrou números que apresentam o Brasil como um grande exportador de commodities e de produtos de pouca tecnologia embarcada.

Hoje, 50% do faturamento com exportações brasileiras se apoiam em seis produtos – cereais, minerais metálicos, petróleo, açúcar, café, chá e cacau.

Por conta desta realidade, o Brasil está empobrecendo – hoje, ocupamos o 64º lugar no Índice Global de Inovação.