IBTeC estreou QuickTalk

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Com público acima das expectativas, o Instituto Brasileiro de Tecnologia do Couro, Calçado e Artefatos – IBTeC – realizou na noite de segunda-feira, 5 de dezembro, no Sindicato da Indústria de Calçados de Três Coroas/RS, o QuickTalk IBTeC, uma atividade com o objetivo de discutir em palestras rápidas, assuntos de interesse das indústrias de calçados e componentes.

O presidente executivo do Instituto, Paulo Griebeler, abriu o encontro falando sobre a proposta da entidade de se aproximar cada vez mais das empresas, buscando conhecer mais detalhadamente as suas necessidades, para oferecer as soluções mais adequadas, principalmente focadas em pesquisa, inovação e tecnologia.

A técnica química Monica Mombach abriu o evento, falando sobre o tema “Alcançando competitividade internacional – adequação quanto à utilização de substâncias restritivas”. Ela apontou a necessidade de adequação dos calçados, bem como de seus componentes e matérias-primas, às legislações internacionais que regulamentam o uso de substâncias restritivas. “As substâncias químicas de uso restrito estão presentes em qualquer bem de consumo, inclusive nos não manufaturados, como os artigos de alimentação. Nós, em virtude das legislações, que estão cada vez mais rígidas, somos convidados a conhecer e nos aprofundar neste tema para sabermos se estamos usando ou não determinadas substâncias e se elas se encontram dentro dos limites estabelecidos”, destacou. Nos calçados, por exemplo, podem aparecer substâncias com potencial alérgico ou até mesmo cancerígeno ou que prejudicam a fertilidade.

Monica Mombach destacou que a regulamentação europeia Reach é a mais abrangente, porém existem muitas outras normatizações (algumas delas com um rigor muito grande, como a da China) e os exportadores precisam conhecer as exigências de cada local de destino para poder adequar os seus produtos e evitar problemas de exportação. De acordo com a palestrante, “no Brasil ainda não temos uma legislação sobre o assunto, mas já existem algumas normas publicadas e elas servem como parâmetro para dirimir dúvidas”, salientou.

Na segunda palestra, o coordenador do Laboratório de Ensaios em Biomecânica do IBTeC, Eduardo Wüst, falou sobre “Conforto como diferencial competitivo – como a biomecânica pode contribuir”. O pesquisador abordou aspectos relacionados ao conforto nos calçados e mostrou como o instituto atua na área. Além das cinco normas já publicadas para a avaliação quantitativa do conforto proporcionado pelos calçados (massa, distribuição da pressão plantar, temperatura interna do calçado, absorção do impacto e ângulo de pronação) e das três para a avaliação de componentes (solados, forros e palmilhas) também é realizada uma avaliação qualitativa de calce, em que ao usuário informa a sua percepção particular sobre o calçado em teste. “Após tudo este cuidado, também analisamos o pé deste indivíduo para ver se há ou não algum sinal aparente que indique que o calçado possa causar alguma lesão durante o uso”, observou.

Eduardo Wüst apresentou aos empresários como ocorre todo o processo de avaliação de conforto em calçados e componentes, dentro do Laboratório de Biomecânica. Ele falou ainda que outra norma destacada é a relacionada às formas, que indica os parâmetros para a construção de calçados para pés delgados, normais ou robustos. “As pessoas não têm os pés iguais e o ideal é que as empresas ofereçam diferentes perfis para uma mesma numeração, atingindo assim a uma população maior de consumidores”, alertou.

Na última palestra da noite, o gestor de inovação do IBTeC, Celso Hunsche, falou sobre “Inovação prática: 3 ações fundamentais para obter resultados”. Com mais de vinte anos de experiência em pesquisa e desenvolvimento para o setor calçadista, Celso Hunsche destacou as três ações fundamentais para a inovação: definir o foco em que se deseja inovar, pois estar aberto demais pode gerar tantas ideias que fica difícil escolher qual tentar por em prática; montar uma equipe multidisciplinar com pessoas com diferentes aptidões e conhecimentos, assim cada um colabora com o processo na fase em que o seu perfil é mais adequado (ideação; concepção; protótipo; validação; comercialização), e fazer um projeto e aprender com ele, pois muitas vezes o que não é usado em um projeto pode ser aproveitado em outro.

Celso Hunsche falou ainda da atuação do IBTeC na área de inovação, lembrando que “o instituto pode auxiliar e agilizar o processo de implantação e maturação da inovação, na execução dos projetos dos desafios apresentados, com uma orientação especializada com experiência, agilizando e viabilizando o processo de maturação, gerando nova perspectiva para a empresa”.