As exportações brasileiras de couros e peles registraram crescimento no resultado do mês de agosto. No período, foram vendidos ao mercado externo US$ 178,5 milhões, uma alta de 5,1% em relação ao mesmo mês de 2015. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), com análise da Inteligência Comercial do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB).
Estes números, pontua o presidente executivo do CICB, José Fernando Bello, têm grande influência dos couros exportados com maior valor agregado – os tipos semi e acabado – que respondem por mais de 70% das vendas brasileiras no comércio internacional. “Agosto trouxe um resultado positivo, mas há um movimento expressivo em curso por parte do exportador brasileiro para que mercados já conquistados não se percam em função do momento difícil que vivemos para a exportação”, avalia o presidente. Bello destaca que o câmbio em constante oscilação tem sido um fator preponderante para a dificuldade no fechamento de negócios e que medidas a partir do executivo poderiam atenuar essa situação – como o retorno do Reintegra (programa que devolve resíduo tributário para empresas exportadoras) e facilidade de acesso e aumento dos limites de financiamento via Proex.
Os desafios apontados por Bello e o movimento do setor do couro brasileiro dentro do comércio mundial podem ser analisados pontualmente com o panorama do ano das exportações brasileiras. Mesmo com o crescimento das vendas em agosto, há registro de 13,4% a menos em dólares no acumulado do ano em comparação com os oito primeiros meses de 2015, mas, em contrapartida, uma alta considerável em volumes no mesmo período, com 11,3% a mais em metragem quadrada comercializada (ao todo, 133,1 milhões de metros quadrados de janeiro a agosto de 2016). "São dados que mostram com muita clareza o trabalho do exportador brasileiro e as dificuldades que estamos enfrentando, apesar do Brasil ser há anos um dos protagonistas mundiais do setor do couro, com reconhecimento de seu produto em atributos como qualidade, design e sustentabilidade”, frisa o gestor.
China / Hong Kong, Itália, Estados Unidos e Vietnã são os principais compradores de couro do Brasil neste período e Rio Grande do Sul e São Paulo os principais vendedores, nesta ordem.
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