CICB e outras seis entidades assinam convênios com Apex-Brasil

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A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) vai injetar R$ 44,8 milhões para a promoção internacional de produtos e serviços de sete setores da economia brasileira: implementos rodoviários, energia, engenharia, laticínios, couros, componentes para calçados e defesa. Os convênios foram assinados em cerimônia realizada no dia 15 de abril, sexta-feira, em São Paulo. O investimento total, somando a participação das entidades representativas dos setores alcança R$ 69,9 milhões. Além do presidente da Apex-Brasil, David Barioni Neto, o evento teve a presença dos presidentes das entidades parceiras e empresários dos setores contemplados.

Sr. Emílio Carlos Bittar, 1º vice-presidente do Conselho Diretor do CICB, falou na cerimônia em nome da entidade. Veja seu discurso oficial na íntegra:

"Bom dia, senhoras e senhores. Em nome do Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil, o CICB, cumprimento o presidente da Apex-Brasil, senhor David Barioni Neto, e saúdo também os representantes de entidades setoriais, empresários, a equipe da Apex-Brasil, autoridades políticas, imprensa e todos aqui presentes.

Celebramos hoje a renovação do projeto Brazilian Leather, uma parceria entre CICB e Apex-Brasil para o incentivo às exportações de couro brasileiro. Este projeto existe ininterruptamente desde 2000 e, para nós do CICB, a mais antiga entidade do ramo de couros e peles do país, fundada em 1957, é um orgulho muito grande poder ver os resultados tão positivos – em números e reconhecimento mundial – dessa parceria de sucesso. No fim do primeiro ano em que o convênio foi desenvolvido, há cerca de uma década e meia, as vendas totais de couro do Brasil ao mercado externo somavam US$ 760 milhões. Com o desenvolvimento do Brazilian Leather, esse valor atingiu US$ 3 bilhões.

Este dado, por si só, já seria o suficiente para que todo o setor e a economia do país pudessem comemorar. Mas, outras relevantes informações devem ser consideradas ao analisarmos esse cenário. O Brasil, no período de vigência do Brazilian Leather, aumentou seus valores exportados, mas não apenas isso; elevou também qualidade de exportação e seu reconhecimento no mercado mundial. Se, no passado, o país vendia prioritariamente couros em estágios iniciais de curtimento (com menos valor agregado), hoje comercializa cerca de 60% de seus artigos na forma acabada, ou seja, com alto valor incluído. São mais de 80 países comprando couro do Brasil permanentemente, em um trabalho constante de diversificação de mercados.

Isso se deve, em grande parte, às frentes de atuação em promoção de imagem, qualificação, inteligência comercial, sustentabilidade e design a que o projeto se propõe. O Brazilian Leather tem objetivos bastante específicos no que tange vendas e abertura de mercados, mas também busca perpetuar o foco da qualidade e da diferenciação na indústria, criando uma reputação sólida e estável junto ao setor na esfera internacional. CICB e Apex-Brasil têm obtido êxito neste propósito com o Brazilian Leather. Nossa ideia, desenvolvida em conjunto com a equipe da Apex-Brasil, é ter sempre o viés da inovação pautando cada um dos planos e ações.

Um exemplo bastante claro deste posicionamento do Brazilian Leather é o projeto Design na Pele, que foi celebrado em toda a mídia, compradores e influenciadores do setor como uma das mais inovadoras iniciativas ligadas ao design já executadas na indústria do couro mundial. Conjugando arte e moda dentro da produção curtidora, o projeto concebeu produtos inovadores tendo o couro como protagonista e deu origem a exposições já vistas e aplaudidas em diversos países.

Criar com arte é uma das metas do Brazilian Leather, mas também com sustentabilidade na produção. Diversas são as frentes que dão apoio ao projeto neste objetivo, mas cito aqui uma em específico: a Certificação de Sustentabilidade do Couro Brasileiro, conhecida como CSCB. Aplicando para a indústria de curtumes o conceito do tripé da sustentabilidade em que são considerados os resultados de uma empresa em termos econômicos, ambientais e sociais, o CSCB é baseado em normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e auditado por organismos certificadores acreditados pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). A iniciativa é inédita no mundo, tendo grande adesão dos curtumes brasileiros. O CSCB mostra que a indústria de couros brasileira quer produzir de forma verdadeiramente sustentável, contribuindo com comunidades e com o meio ambiente, sem abrir mão da competitividade.

E essa competitividade fica muito clara na participação de nossos curtumes nas maiores feiras mundiais, onde os espaços identificados pelo Brazilian Leather são referência para todo o público visitante. CICB, Apex-Brasil e as empresas do projeto capitalizam para o país nestas oportunidades as vendas e o relacionamento que dão origem aos números de exportações tão positivos mencionados anteriormente e que são tão importantes para a economia do país.

Como exemplo, destaco que o setor de couros do Brasil é um dos que mais contribui com o superávit da balança comercial brasileira. Desde o início do projeto Brazilian Leather, as exportações brasileiras de couro já alcançaram mais de US$ 25 bilhões de dólares. Trata-se de uma forte influência positiva na economia do país e que deixo aqui como ponto de reflexão sobre nossa indústria no cenário nacional: é preciso reconhecer e valorizar o couro para que o produto possa continuar contribuindo para os resultados econômicos da nação, criando emprego, renda e produtividade aos milhares de trabalhadores ligados às indústrias de curtume do Brasil.

A renovação do projeto Brazilian Leather, com a parceria de CICB e Apex-Brasil, tem sido fundamental para que isso aconteça. Temos, com as ações do projeto, o suporte adequado ao crescimento das exportações brasileiras – e isso tem resultado em mais riqueza para o país, qualificação na indústria e a criação de um ambiente voltado ao comércio internacional. Essa dinâmica já se provou eficiente para o fortalecimento da economia nacional, e agora se renova com uma série de novos projetos, planos e ações envolvendo toda a indústria coureira do Brasil para os próximos anos.

Registro meus votos de trabalho e realizações às empresas do Brazilian Leather e a toda equipe do CICB e da Apex-Brasil. Sucesso e parabéns por todas as conquistas.

Muito obrigado, David Barioni Neto, muito obrigado a todos os presentes."